Como separar as finanças pessoais das finanças da empresa? Esta é uma pergunta feita por 8 em cada 10 empresários. Vamos fornecer a resposta!

A grande maioria dos brasileiros possui desconhecimento sobre a gestão financeira, o que acarreta diversos problemas abrangendo tanto a economia como um todo, incluindo as finanças pessoais e, de forma mais acentuada, as startups.

Segundo dados do Sebrae em 2021, mais de 3,9 milhões de empreendedores formalizaram micro e pequenas empresas ou optaram pelo registro como microempreendedores individuais (MEIs).

Entretanto, cerca de 60% dessas empresas encerram suas atividades antes de completarem cinco anos de existência.

Isso ocorre pois é frequente que o empreendedor nutra expectativas elevadas ao inaugurar um novo empreendimento, impulsionado pelo desejo de transformar sua vida, definir seus horários, garantir segurança financeira, desfrutar de maior liberdade para viajar e passar mais tempo com a família, entre outras realizações.

No entanto, a realidade se mostra consideravelmente distinta. Além da natureza competitiva do mercado, negligenciar a administração financeira do negócio pode conduzir a um desfecho desfavorável.

Mas qual o motivo para as empresas fecharem tão cedo?

Uma das razões primordiais reside na carência de conhecimentos em educação financeira, o que significa não possuir a habilidade de gerir e manejar dinheiro de maneira adequada.

Neste artigo, você terá a oportunidade de compreender os seguintes tópicos:

  • A importância de evitar a mistura entre as finanças da empresa e as finanças pessoais;

  • Resolução dos dilemas ligados à separação das finanças, que figura como uma das principais falhas cometidas por empreendedores;

  • Métodos para calcular o pró-labore (o salário do gestor do empreendimento);

  • Indicação de uma ferramenta gratuita para efetuar o cálculo do pró-labore;

  • Estratégias eficazes para a segregação efetiva entre as finanças da sua empresa e suas contas pessoais.

Por que preciso separar as finanças?

Na realidade, a indagação deveria ser diferente, já que você nunca deveria ter realizado essa mistura! Portanto, é crucial reter a ideia de que os recursos da empresa não equivalem aos seus próprios recursos, mesmo que você seja o proprietário da empresa!

Constantemente recebemos comunicações de empreendedores que compartilham suas vicissitudes financeiras, e vamos destacar uma delas:

Faturamos mais de 2,2 milhões. Dois milhões e duzentos mil reais. Sabe quanto temos na conta agora? R$ 136,12.”

Isso pode soar como uma brincadeira ou uma invenção, porém, representa uma realidade implacável.

É comparável a alguém ganhar R$ 2 milhões na loteria e equivocadamente acreditar que dispõe de recursos para a vida inteira, negligenciando assim a importância de gerenciar o patrimônio e as finanças de forma adequada, o que resulta em uma rápida dissipação desses recursos.

Conquistar riqueza é um desafio árduo, porém, perder tudo acontece com extrema facilidade.

O grande obstáculo no início de uma administração eficaz do seu patrimônio está em compreender como segregar e gerir devidamente os recursos da sua empresa e os fundos destinados ao uso pessoal.

Finanças da empresa x finanças pessoais: o princípio base

É crucial considerar a empresa como uma entidade distinta do seu proprietário. Afinal, você não é a empresa, e a empresa não é você. Evite qualquer mistura entre essas esferas.

Portanto, é imperativo estabelecer uma clara diferenciação entre a Pessoa Jurídica (PJ) e a Pessoa Física (PF).

Quer um exemplo muito frequente?

Uma das consequências mais graves de entrelaçar a gestão financeira da empresa com a sua gestão pessoal é que suas despesas particulares podem acabar sendo custeadas pelas reservas da sua empresa.

Isso é inaceitável e, se estiver ocorrendo, é hora de mudar essa situação.

Caso contrário, inicialmente, você pode ter uma percepção enganosa de que tudo está sob controle. No entanto, chegará o dia em que perceberá que seu negócio perdeu uma quantia significativa de dinheiro e não consegue mais se manter. Assim, você se tornará parte da triste estatística de empresas que encerram suas atividades.

Sua empresa requer reservas e investimentos. Sem esses elementos, o fracasso é praticamente certo.

A lógica é simples:

Defina o seu pró-labore ou o salário dos proprietários e/ou sócios (continue lendo este artigo para entender como calcular isso). Além disso, a empresa deve sempre manter reservas para investimentos, aprimoramento e emergências.

O maior erro de todos: Não ter a mentalidade de empresário

Indubitavelmente, este figura como um dos maiores, se não o maior, equívoco cometido pela maioria dos empreendedores.

Lembre-se bem: qualquer indivíduo pode inaugurar uma empresa. No entanto, nem todos estão aptos a administrá-la.

Numerosos acreditam que ter um CNPJ é suficiente para se tornarem empresários de pleno direito, mas essa noção não está correta.

Na realidade, ser um empresário envolve gerir a empresa em todas as suas facetas, o que implica estar a par de dados numéricos abrangendo todas as operações, fluxo de caixa, decisões a serem tomadas, planejamento estratégico, administração de equipe e outros elementos.

Embora algumas pessoas tenham empresas apenas como veículo de investimento, a verdadeira essência do empreendedorismo é compreender todos os processos intrínsecos ao seu negócio.

Como ter a mentalidade de empresário (e conseguir separar as finanças)?

O primeiro passo reside em evitar a fusão das finanças e em assegurar que desejos e interesses individuais não prevaleçam sobre os interesses da sua empresa.

Afinal, a sua jornada empreendedora visa a busca pela lucratividade e crescimento financeiro, os quais constituem o seu ativo principal, sustentando você e proporcionando a capacidade de criar oportunidades de trabalho.

Consequentemente, sua mentalidade se volta para processos, estratégias, gestão de equipes, finanças, entre outros aspectos.

Empresários bem-sucedidos zelam diligentemente pela saúde financeira do negócio. Eles compreendem como separar habilmente as finanças da empresa das finanças pessoais.